Minhas amigas, dia 21 de Maio foi meu aniversário, fiz uma festa para comemorar meus 37 anos no dia 23.05 junto com minha grande amiga Eliane Guimarães que também faz aniversário no mesmo dia.
Recebi como presente este depoimento do qual não poderia deixar de postar em meu blog.
Esta amiga autorizou a postagem mas pediu para não ser identificada.
Obrigada amiga!
Eu não conseguia entender porque as festas que faço em casa vão sempre poucas pessoas.
Meu marido diz que eu não sei organiza-las. Minhas filhas dizem que eu convido pessoas chatas e para me crucificar de vez minha sogra diz que "festa de adulto é festa de adulto e festa de criança é festa de criança. Não devemos mistura-los".
Mas sábado (23/5) eu descobri como se faz uma festa de verdade. Tive o prazer de comemorar o aniversário da dona deste Blog, Claudia Gomes.
Logo que cheguei, a primeira surpresa. A casa toda havia sido transformada para a festa, como se a Claudia quisesse compartilhar sua casa, por inteiro, com todos nós. Ela modificou totalmente a disposição de sala/quarto/cozinha/banheiro. Sem portas fechadas, sem locais restritos e com amplos espaços para muita circulação. Nada que lembrasse a "casa da Claudia". Senti-me realmente a vontade, ainda mais sendo recebida pelas meninas dela, Aninha e Marcele.
Em seguida outra surpresa, uma lembrancinha muito singela para as crianças; e adultos com enfeites muito criativos, como gravatas, colares, perucas e chapéus. Todos bastante a vontade, mas tão a vontade que flagrei a dona da festa, depois de algumas horas, somente de sandália rasteira no pé e um dos convidados (pai do Juninho) descalço.
Quando desci para a garagem, nova surpresa. Ela tinha sido transformada numa imensa pista de dança. Com direito a uma iluminação e som profissionais. As meninas comandavam a pickup, a luz e a fumaça. Mas isso é coisa de menino, pensei. Estava começando a achar tudo diferente. Deliciosamente diferente.
Mas vocês pensam que somente os jovens dançavam? Fazia muito tempo que eu não via jovens, crianças e adultos dançando juntos. Sem dizer os avós da Manu que não perdiam nenhum momento de maior agitação. Para falar a verdade eu acho que nunca havia visto uma pista de dança assim. Geralmente dança os pequenos, ou dança os grandes. Como a Claudia conseguiu isso? Qual o segredo?
Mas vocês pensam que somente os jovens dançavam? Fazia muito tempo que eu não via jovens, crianças e adultos dançando juntos. Sem dizer os avós da Manu que não perdiam nenhum momento de maior agitação. Para falar a verdade eu acho que nunca havia visto uma pista de dança assim. Geralmente dança os pequenos, ou dança os grandes. Como a Claudia conseguiu isso? Qual o segredo?
Em meio a muito som e tentativa de danças sincronizadas as surpresas se sucediam. A Clara e seus amiguinhos correndo para lá, depois correndo para cá. Pega pega. Esconde esconde. E se eu não estiver enganada, até um primeiro socorro eu vi. O dedinho da Rebeca foi pisoteado. A menorzinha delas tinha 3 anos e todos sentiam-se livres, alegres, seguros e donos do ambiente. Ouvi do Sergio a seguinte frase: "Eu acho cedo demais para toda essa independência". Na certa foi uma forma de comemoração. Me questionava de onde vinha toda aquela segurança, enquanto observava o gracioso hábito que as crianças dessa idade têem de andarem de mãos dadas. Como a Claudia conseguiu essa proeza de misturar faixas etárias tão diferentes convivendo em harmonia?
Alegre, mas curiosa, fui da garagem até a varanda, onde estavam os quitutes, e novamente minha surpresa. Passando pela sala, quartos e corredores, todos com pessoas alegres me deparei com o quarto dos meninos. Mateus e seus irmãos jogavam, acredito que seja Interpol, com... um pai presente, sentado ao chão e disputando uma partida de igual para igual com os pequeninos.
Sério e compenetrado, mas com o mesmo interesse em vencer, que os demais. Na volta pela sala, a Juliana e seu menino conversavam seriamente algo que eu tentei não interromper. Que lugar é esse? Pai jogando, mãe conversando compenetrada. Tinha algo diferente naquela festa!
Quando cheguei na varanda, crianças, jovens e idosos, todos juntos. Alguns no pebolim, outros no bilhar, churrasqueira e o Milton fazendo o coquetel Margherita para as mulheres. E é claro que tomei esse drink que adoro.
Quando pensei em me sentar para descansar um pouco, nova surpresa. Numa mesa próxima, um grupo de pessoas jogavam...truco! E a Eliane jogando junto. Só não sei se ela joga bem, pois não sei jogar truco. Sem barreiras de gênero, faixa etária ou qualquer outra que seja possível notar, as pessoas se divertiam. Sei que isso não é comum, deve haver algum segredo nesta festa.
Agora eu quero descobrir! Pensei comigo.
Os sorrisos espontâneos demonstravam que algo ia bem, que as pessoas se conheciam há muito tempo. E foi ali naquele momento que comecei a entender o que se passava. Conheci uma senhora que me apresentou seu marido que é um senhor grego, que fala muito bem o italiano e despertou minha consciência quando disse: "As festas familiares na Itália acontecem na cozinha, não reúnem tantas famílias e não são tão divertidas".
Era isso... Descobri, finalmente! O segredo da festa da Claudia... era uma festa feita para as famílias amigas!
Muito mais que uma festa para pessoas, era uma festa pensada para famílias.
Os adolescentes tinham vez. As crianças. As mulheres (como nós rimos depois de tomarmos duas Margheritas). Os homens. Os idosos. Os bebes que terminaram por dormir na cama da Claudia em meio a bolsas e casacos. E até os amigos dos familiares.
Uma das causas de tanto desentendimento no mundo de hoje, é a falência da família. Não existe mais a valorização da família, a união dos entes queridos. As pessoas nascem e crescem sob o mesmo teto, mas não se falam, não se abraçam, não se divertem juntas e o que é pior não desenvolvem carinho uns pelos outros, e assim não formam uma verdadeira família. Na hora de divertirem-se cada um vai para um lado. Nós mesmas somos as culpadas pois quando pensamos em uma festa pensamos como minha sogra e dividimos todos.
Isolamos aquilo que deve ser unido, juntado: a família. Não são somente as brigas que separam, somos nós que separamos, para que as pessoas pensem que uma das condições para o divertimento é estar longe de pai e mãe. Somos nós por erro ou omissão, que ensinamos isso aos nossos filhos.
As famílias não saem juntas, não vão ao cinema juntos. No teatro, espetáculo infantil é para criança. Família, hoje em dia, é um amontoado de pessoas que vivem na mesma casa. Quem foi que disse que festa tem que separar as pessoas por faixa etária? Quem foi que disse que o pai não se diverte com o filho e a filha não se diverte com a mãe? Quanta ternura eu vi no abraço que o Guilherme recebeu do pai dele. Um adolescente de 17 anos sendo abraçado pelo pai em público e ainda sorri!
Isso nunca aconteceria na minha casa. Porque na minha casa nós tiramos as crianças de perto, quando os adultos querem conversar. Na minha casa, nós separamos os homens da mulheres quando queremos falar nossas bobagens e os homens querem falar de futebol ou trabalho. Na minha casa, os adultos não se sentam no chão com as crianças para jogar, porque eles... bem... não se sentam, porque.... porque eles são adultos. Na minha casa quando as pessoas querem se divertir, tomam rumos diferentes, porque na minha casa não aprendemos a nos divertirmos juntos.
Quando comentei esse assunto com meu marido, na volta para casa, ele disse:
"Mas isso foi uma ocasião especial, no dia a dia não existem lugares onde possamos ir com toda a família, juntos". Existe sim, nós é que não enxergamos, nós é que não nos interessamos em descobri-los, pois perdemos o interesse de convivermos todos juntos. Toda mulher que teve um filho deve se lembrar que na gravidez um sonho muito comum era nos vermos com nosso bebê andando lado a lado com nosso marido. Que mulher já não sonhou isso? E porque agora andamos separados? Porque agora, sonhamos separados?
A festa da Claudia me ensinou que não podemos continuar aceitando como natural o afastamento dos membros da mesma família. Se formamos uma família, porque não podemos nos divertir juntos? Podemos sim, e como é gostoso divertir-se junto com o marido e as filhas. É divertido ver que meu marido achou graça quando acabou o pão. Minha menina mais velha sentou-se no chão quando a Sabine derrubou um prato de arroz. Eu joguei pebolim com meu marido. Nós tentamos e tentamos acender a velinha do bolo e não conseguimos.
O que foi aquilo, Claudia? Tenho certeza que foi uma noite inesquecível para minha família, pois o ambiente contagiou a todos nós. O fim de noite em casa, embaixo dos lençóis também foi inesquecível, como há muito não era, mas isso amigas, eu não posso contar aqui.
15 comentários:
Que legal Cláudia com certeza este depoimento (muito fofo) de sua amiga tb nos faz pensar sobre nossas questões familiares...e isso é muito bom, pois ela está coberta de razão! Bjs
Gentem, como assim??? Não me convidaram pra essa festa...ei olha eu aqui...kkkkk
Muito bom, adorei mesmo, acho que isso ai temos que pensar em todos sejam adultos, crianças os adolescentes...eu sou daquelas de me sentar no chão e montar quebra cabeça com os pequenos...acho que cresci mas continuo uma eterna criança...hihihihih
Bjinhus
Que legal Claudia, as vezes agente não valoriza o que está tão perto da gente né, e que é tão importante! É bom que com um depoimento desses da um toque pra gente não é? Lindo depoimento beijos. Ha adoro seu blog todos os dias dou uma olhada.
Muito legal esse depoimento...é pra guardar pra vida inteira!
Beijos nossos,
Cláudia, acho que com certeza esse depoimento foi um dos melhores presentes que recebeu... Eu me emocionei, afinal, saber que as pessoas se sentem bem em nossos lares é muito bom... Parabéns!!!
Se familia não for isso, familia não é nada. É uma alegria grande saber que gostam da gente, né, Claudia.
nossa fiquei realmente emocionada...que coisa mais linda esse depoimento...a harmonia é uma joia rara seja em familia ou em amizades
bjk
Parabéns Claudia
Nossa que incrivel que foi sua festa. Estou casada há 3 anos, nao tenho filhos ainda, e sempre que faço reuniões em caixa, deixo uma sala para as crianças.... com brinquedos...tv, videogame pra eles... eles adoram... até comem nesse ambiente. esse texto serviu pra me mostrar que estou no caminho certo, estou emocionada
bjs
Tomei a liberdade de copiar esse texto e mostra-lo a minha orientadora, numa reunião de professores. Foi um sucesso! A próxima atividade docente será o estudo da relação que o adulto tem com a criança em atividade de lazer.
Muito obrigada, Claudia.
Oooi!
AMEI o post! Muiiito bom! Normalmente não leio quando é tão grande, mas comecei a ler e não conseguia mais parar! Concordo plenamente! E é uma pena ver que hoje em dia, na hora de se divertir, cada um vai para um lado... temos que mudar isso já!
Legal seu blog também, Claudia!
Encontrei ele hoje, e pretendo continuar passando por aqui, com certeza!
Abração
Nossa Claudia, amei esse post.
Parabens pela festa, parabens pela iniciativa de convidar familias amigas, aqui ainda fazemos assim. Graças a Deus.
Acho que agora essa sua amiga terá sucesso nas festas dela.
Ual !!!
Parabéns a sua amiga, ela é escritora ?
Aline Marques
Esse depoimento fez refleti sobre meu dia-a-dia em q colocamos as crianças em um local e os adultos em outro, simplesmente separamos como queremos q eles aprendam a respeitar se sempre separamos, como queremos q eles entendam o q se passa se sempre separamos, pensamos sempre como nossas mães e sogras q tem um lugar para criança ficar na hora da festa, na hora q chega uma visita..tanta coisa mudou e continuamos com questões ultrapassadas para os dias de hj...nossos filhos mudaram, nós mudamos e em determinadas horas esquecemos isso...vamos mudar isso beijos
QUE VERDADE DELICIOSA DE OUVIR!!!!! ADOREI SEU BLOG CLAUDIA!!!!
Adoro festas!!! Com esse depoimento me senti muito feliz pois, minhas festas são exatamente assim. Tenho três filhos e já tenho três noras. Meu marido e eu nos divertimos muito com eles em qualquer evento em que estivermos reunidos. Em geral, nossos familiares também estão presentes e a festa rola solta.
Beijos.
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